MINISTÉRIO DO TRABALHO E CONCEPÇÃO SINDICAL

Se por um lado é fato que o Ministério do Trabalho e Emprego deixou acumular prestações de contas e recomendações para aumentar a fiscalização sobre entidades conveniadas (o problema se repete, só muda de pasta), por outro a natureza da atividade deveria ser questionada. O sindicalismo, em tese, para além do ato de representar uma parcela dos trabalhadores formais, não seria o espaço para a reconversão de mão de obra. O Estado brasileiro, atravessado por uma linha de terceirizações, a maioria pífia e com intuito de desmonte, retoma a tradição do antigo bloco pelego-trabalhista, apoiando formalmente a burocracia sindical e assim, arrefecendo a luta de classes. No médio prazo, o resultado é uma incapacidade dos aparelhos sindicais darem uma resposta à altura das ameaças de retirada de direitos.

Tal foi o caso na Espanha, hoje assolada pelo rombo financeiro das instituições bancárias e governos autonômicos. As duas maiores centrais, UGT e CCOO, têm como fonte de renda principal o repasse de verba estatal. A contribuição sindical cotizada pelos filiados equivale a uma média de 17% dos ingressos, sendo que o restante se dá na forma de convênios, repasses e projetos específicos. Quando foi o momento da reação sindical diante da perda de direitos dos aposentados (janeiro e fevereiro último), estas máquinas burocráticas acordam o Pacto Social e assinam o chamado Pensionaço!

Na política nacional é o mesmo efeito nefasto. O atual governo e o anterior, por terem boas relações com as centrais (regularizando-as por sinal), conseguem a proeza de domesticar o que restara de sindicalismo autêntico, aliando-se com os inimigos históricos, oriundos dos pelegos do sistema federativo. Esta é a face sindical do pacto pela tal da governabilidade, incluindo suas óbvias conseqüências.

Estratégia & Análise

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